Um dos problemas que ocorrem na grande rede de computadores é o sigilo de suas informações pessoais, que podem por muitas vezes serem de facil acesso, como mostra no caso ocorrido do site Nomes Brasil, poderá ler a reportagem na integra neste link “‘Nomes Brasil’, site que mostra CPFs de brasileiros, sai do ar“.
Geralmente pessoas se preocupam com suas vidas e privacidade, mas não entraremos nesse mérito ainda, agora quero lhe mostrar oque são redes descentralizadas.

Do latim “Redus Descentralizadus” que significa “Torrentis Gratins”, bem na verdade não é bem assim hehe:
Redes descentralizadas: funcionam como várias redes centralizadas conectadas entre si, na qual vários nós centralizam e distribuem a informação. Dessa forma, trata-se de uma rede com vários centros, sendo que a maior parte das organizações hierárquicas que conhecemos (igreja, governo, empresas, etc.) funcionam nesse modelo – departamentos, que são centros localizados na rede, conectando-se a outros departamentos e com a informação controlada e disseminada por esses centrinhos.¹
Resumindo para a parte que me interessa, em uma rede descentralizada se um dos “Servidores” cair, o roteamento pode optar por passar os dados por outro servidor, escolhendo uma melhor rota , até chegar ao seu destino final.

Na figura acima vários computadores dependem de exclusivamente um “Servidor”.

Na firura acima é só alegria, na onde os computadores se interagem entre si, se um deles “cair” é só mudar de rota.
O Conceito de redes descentralizadas é bastante usado na transferencia Peer-to-Peer(P2P) vulgo Torrent.²

Mas você deve estar pensando contigo mesmo, “Ta legal, mas como raios isso tem a ver com informações pessoais, privacidade e liberdade?”.
Bem meus caros amigos onlines, eis que eu lhe apresento…

A ideia era simples: construir uma versão de código livre e descentralizada do Facebook. Ser dono de seus próprios dados, de sua própria rede social. Nada de Mark Zuckerberg. Sem a necessidade de utilizar nomes verdadeiros. Só as pessoas. Esperando levantar fundos para o que deveria ser uma distração de verão, a equipe postou sua ideia no então desconhecido site de microfinanciamento Kickstarter, com uma meta discreta de 10 mil dólares. Chamaram o projeto de Diaspora*, que combinava bem com os objetivos descentralizadores do mesmo. Do grego διασπορά, “espalhamento, dispersão”, trata-se do “movimento, migração ou espalhamento de pessoas para longe de uma terra natal estabelecida ou acentral”, ou ainda “pessoas dispersadas por qualquer motivo para mais de um local”.³
O que logo chamou a atenção de varias pessoas e rapidamente 6.479 pessoas haviam doado US$200.641,00. Que claro causou um estardalhaço na grande mídia, Algo como Davi X Golias e isso tudo em 2010.
Depois disso tudo foi maravilha, com a meta mais do que alcançada os amigos Ilya Zhitomirskiy, Dan Grippi, Max Salzberg e Raphael Sofaer engajaram de cabeça no projeto.

E como funciona o Diaspora?
Aqui tem um Infografico maneiro que retirei (Kibo memo) do site do Diasporabr :
O P2P entra porque o conceito da rede social basea em peer-to-peer em si. A ideia do p2p se consolidou em 2001 com o lançamento do BitTorrent.
Mas como tudo nessa vida não é um mar de rosa, depois do alvoroço todo , para os quatros recém formados jovens e com pouca experiência real de programação, se viu sobre pressão da tamanha magnitude do projeto, foi então que em 15 de setembro de 2010 foi lançado a primeira versão, que mais parecia um queijo suíço, de tantos bugs e buracos na segurança.

O que aconteceu depois?
Bem com os traumas levados pelo seu lançamento esses quatro jovens não deixarão se abalar, assim continuando o projeto e corrigindo as eventuais bugs e falhas, enquanto sua utopia imaginaria aos poucos estava ganhando vida.
Mas a vida é uma caixinha de surpresa – carinha do lado do cara que faz o Joseph Climber.
No final da tarde de 12 de novembro de 2011 Ilya foi encontrado morto em sua casa na cidade de São Francisco pela polícia, A morte de Ilya repercutiu enormemente no projeto Diaspora, do qual ele era considerado o pilar idealista.

O resultado da necrópsia confirmou formalmente o suicídio em abril de 2012. Enquanto a imprensa questionava se a pressão sobre o Diaspora o havia levado ao suicídio, o co-fundador Maxwell Salzberg negou, dizendo que embora houvesse estresse, Ilya tinha seus próprios problemas e estava doente. A mãe de Ilya, Inna, não deu declarações à imprensa sobre o histórico de saúde mental de seu filho, mas culpou de certa forma o Diaspora, dizendo “acredito fortemente que se Ilya não tivesse se envolvido nesse projeto e continuado na universidade, estaria vivo e bem até hoje.”4
Depois do ocorrido a equipe do Diaspora ainda permaneceu fiel ao projeto, mas logo acabou aquele fogo que ficava vivo para manter o projeto.
Como escreveu Filipe Saraiva no seu blog:
A impressão que fica é que eles tentaram criar um modelo de negócios no estilo do WordPress, mas não tiveram êxito. Relatório de dívidas quanto à manutenção do pod público (o joindiaspora), a falta de um plano de negócios para captar recursos, a criação de um novo projeto baseado na criação de memes (!!!), e o triste suicídio de Ilya, um dos fundadores, acabaram levando o grupo à decisão de desistirem do projeto e a tomarem a típica atitude de uma empresa que não está mais interessada em investir em um software livre antes desenvolvido por ela: “doaram o projeto para a comunidade”. Era agosto de 2012.
http://blog.filipesaraiva.info/?p=1246
E com a entrega do Diaspora para a comunidade , houve pequenas atualizações e modificações por parte da mesma.
Mas oque nunca acabou foi o ideal desses 4 amigos, de criarem algo que jamais foi feito, de algo a ser livre, usado e usufruído por todos , sem censura e com total liberdade, esse foi um sonho, uma utopia que deu certo, que apesar dos esforços felizmente ainda continua pelas mãos de anônimos, que ainda acreditam nesse sonho.
Esse foi o Diaspora* Caso alguem queira colaborar acesse esse link que vai para o repositório deles no GitHub
https://github.com/diaspora/diaspora
Fontes:
¹As diferenças entre organizações centralizadas e descentralizadas
³A História por Trás do Diaspora, a Rede Social que Queria Acabar Com o Facebook